Brasil,
junho de 2020. Após período de quarentena você nota que aumentou 5 kg e
gostaria de perder esses quilos ou você está sedentário e que voltar atividade
física. Ainda mesmo pode estar almejando retornar aos treinos visando as olimpíadas.
Os exemplos descritos parecem distantes entre si quando se comparam objetivos e
motivações, porém possuem pontos importantes de intersecção. Nesse ponto
apresenta-se a especialidade médica cuja expertise em manejar ambos casos se
demonstra na prática clínica cotidiana, especialmente, após implementação da
residência médica em 2007: Medicina do Exercício e do Esporte.
A
conexão da especialidade com esportes de alto rendimento é automática. Geralmente
implica em uma percepção incompleta resumindo a atuação do médico do esporte a clubes,
notoriamente ao futebol, e a atletas de alto rendimento profissionais.
Entretanto o papel desse profissional no contexto de promoção a saúde e
tratamento de doenças o torna importante em combate a doenças crônicas não
transmissíveis como obesidade, hipertensão e diabetes. Diversas fontes,
nacionais e internacionais, demonstram o aumento da prevalência dessas condições
na população e o risco associado ao sedentarismo impulsionam gastos de recursos
da saúde em compra de medicamentos, internações em unidades de terapia
intensiva e cirurgias que poderiam ser evitadas com prescrição da atividade
física e adequação da qualidade e quantidade de alimentos ingeridos.
Acrescenta-se
também a responsabilidade de atuar como gestor de saúde ao cuidar de atletas de
alto rendimento, amadores, recreacionais ou iniciantes objetivando a alcançarem
o nível de excelência estabelecido individualmente como meta. Nesse intuito
realizamos testes de capacidade física, exames laboratoriais e avaliações
metabólicas para realizarmos seguimento clínico, recorrendo também a troca de
informações com outros profissionais (treinador, preparador físico, nutrição, fisioterapia,
analista de desempenho, psicologia) para implementação da estratégia que tenha
contexto individual e específico diminuindo potenciais riscos.
Naturalmente
com a prática de exercícios acontecem lesões do aparelho músculo esquelético e,
muitas vezes, torna-se a porta de entrada onde avaliação conjunta com
ortopedistas e fisioterapeutas (dentre outros profissionais) é necessária para
traçar o caminho do retorno ao exercício. Além disso , a especialidade lida com
orientações a utilização de suplementos ergogênicos , controle e combate ao
doping, mulheres atletas que apresentam particularidades importantes,
aplicabilidade do exercício aos idosos em vista do fenômeno da sarcopenia
acometida nessa faixa etária, desenvolvimento e saúde do jovem atleta evitando
a especialização precoce, utilização de exercícios na reabilitação
cardiovascular, avaliação de atletas com concussão e decisão de quando
retornarem a prática esportiva, esporte adaptado...
São exemplos de atuação que
esse texto está longe de esgotar.
A Medicina do Exercício e
do Esporte apresenta-se em evidência e em crescimento recentes com atuação de
diversos profissionais em clínicas particulares, hospitais, unidades de reabilitação,
clubes e pesquisa acadêmica.A atuação do profissional como demonstrada é ampla onde
a interdisciplinaridade
e colaboração entre atletas/pacientes, especialidades médicas e profissionais
de saúde são fundamentais para o sucesso seja abandonar o sedentarismo quanto
uma medalha de ouro nos jogos olímpicos.
Dr Luiz
Antonio Mendes - @dr.luizmendes (Medicina
do exercício e do esporte)
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