
Muitos de vocês já ouviram falar do potencial da Cannabis no esporte, caso não tenham ouvido falar vamos discutir agora alguns pontos importantes e algumas referências chave no tema. Ao aprender sobre o potencial de melhorar a performance Esportiva e Cognitiva com medicação Natural e extraída de uma planta. Como não ter curiosodade de vir aprender sobre o tema?
Vivemos em uma sociedade acelerada, onde a Privação de sono se tornou quase um símbolo de produtividade. No entanto, o que muitos ignoram é que Dormir bem não é um luxo, mas uma necessidade biológica fundamental para o desempenho físico e mental. Para os atletas, o sono é um dos pilares da performance, influenciando diretamente a recuperação muscular, a queima de gordura e a regulação hormonal. Afinal, quem não dorme, não cresce e não emagrece.

Más porquê? O que acontece durante a Privação de Sono no Atleta e porquê se preocupar com isso?

RELAÇÃO ENTRE SONO E METABOLISMO
O metabolismo é o conjunto de reações químicas que ocorrem no corpo para manter a vida. Ele pode ser dividido em:
Catabolismo: Quebra de moléculas para liberar energia.
Anabolismo: Construção de moléculas complexas a partir de moléculas simples, como o crescimento de tecidos e síntese de proteínas.
O sono regula aspectos mais amplos do metabolismo, afetando diretamente o equilíbrio energético e a saúde metabólica:
Regulação Hormonal do Apetite

O sono regula os hormônios responsáveis pelo apetite:
Leptina: Reduz o apetite e aumenta durante o sono.
Grelina: Estimula o apetite e diminui com o sono adequado.
A privação de sono leva a um aumento nos níveis de grelina e redução de leptina, o que pode resultar em excesso de fome e ganho de peso.
Sensibilidade à Insulina
O sono adequado melhora a sensibilidade à insulina, o que favorece a regulação do açúcar no sangue e a utilização de glicose pelas células.
A falta de sono está associada a resistência à insulina e maior risco de diabetes tipo 2.
Metabolismo Lipídico
Durante o sono, há uma regulação dos processos de queima e armazenamento de gorduras.
A privação de sono pode levar a um aumento do armazenamento de gordura, contribuindo para a obesidade.
"Quem Não dorme, Não Emagrece"
O anabolismo é particularmente ativo durante o sono, especialmente nas fases mais profundas (sono de ondas lentas ou N3), quando o corpo entra em um estado ideal para reparação e cresciment
o. Isso ocorre por meio dos seguintes mecanismos:
Liberação do Hormônio do Crescimento (GH)
Durante o sono profundo, a glândula pituitária libera o hormônio do crescimento em níveis mais altos.
O GH é essencial para o anabolismo porque:
Estimula a síntese de proteínas.
Promove o crescimento muscular.
Auxilia na regeneração de tecidos e na recuperação celular.
Este processo é especialmente importante para crianças, adolescentes e atletas.
Reparação de Tecidos
No sono, há maior síntese de proteínas, um processo fundamental para a reparação de tecidos danificados durante atividades físicas ou por estresse diário.
O sono anabólico é crucial para a recuperação após exercícios ou lesões.
Reposição de Estoques Energéticos
Durante o sono, o corpo restaura os estoques de glicogênio (reserva de energia) nos músculos e no fígado.
Isso é essencial para o desempenho físico e para suportar as demandas metabólicas do dia seguinte.
Impacto no Anabolismo Self:
Aumento do cortisol: Esse hormônio catabólico pode levar à degradação muscular e ao armazenamento de gordura.
Desequilíbrio hormonal: Prejudica o controle do apetite e da glicose, aumentando o risco de ganho de peso e doenças metabólicas.
Menor liberação de GH: Reduz a recuperação muscular e a regeneração celular.
"Quem não Dorme, Não Cresce".
ARQUITETURA DO SONO

Cada fase do sono desempenha um papel essencial:
NREM (N3): Recuperação física e fortalecimento imunológico.
REM: Consolidação da memória, criatividade e regulação emocional.
Privação ou desequilíbrio nas fases do sono pode levar a problemas de saúde, como fadiga, dificuldades de aprendizado, irritabilidade e comprometimento do sistema imunológico e do sistema de reparo tecidual aumentando o risco de futuras lesões.
Dormir bem é essencial para garantir que todas as fases do sono ocorram de forma adequada e na quantidade necessária.
Fases do Sono Não REM (NREM)
O sono NREM representa cerca de 75-80% do sono total e é dividido em três estágios principais:
Estágio N1 (Sono Leve - Transição)
Características:
Representa a transição entre a vigília e o sono.
Dura de 1 a 7 minutos e compõe cerca de 5% do tempo total de sono.
É um estágio muito superficial, onde é fácil ser despertado.
A atividade cerebral diminui levemente, mas ainda apresenta ondas rápidas de baixa amplitude (ondas teta).
Podem ocorrer movimentos musculares involuntários (espasmos mioclônicos) ou sensação de queda.
Função:
Permite a transição do estado de vigília para o sono.
Prepara o corpo para entrar em um estado mais relaxado e profundo.
Contribui para o relaxamento inicial do sistema nervoso.
Estágio N2 (Sono Leve-Médio)
Características:
Representa cerca de 50-60% do sono total.
A atividade cerebral desacelera ainda mais, com breves explosões de ondas rápidas chamadas de fusos do sono e complexos K.
A temperatura corporal e a frequência cardíaca começam a diminuir.
É mais difícil ser despertado do que no estágio N1.
Função:
Consolida a memória e processa informações adquiridas durante o dia.
Ajuda na regulação do sistema imunológico e na recuperação física inicial.
Reduz o gasto energético, permitindo o descanso metabólico.
Estágio N3 (Sono Profundo ou Sono de Ondas Lentas - Delta
Características:
Também conhecido como sono delta, devido à predominância de ondas cerebrais lentas e de alta amplitude.
Representa cerca de 15-20% do sono total, especialmente em jovens.
É o estágio mais difícil de ser despertado; uma pessoa pode estar confusa ou desorientada se acordada.
Durante esse estágio, o corpo está mais relaxado, com queda máxima da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Função:
Reparação física: Ocorre a maior liberação de hormônios do crescimento, essencial para regeneração celular, reparação muscular e crescimento em crianças.
Fortalecimento do sistema imunológico: A atividade imunológica é intensificada, permitindo a reparação de tecidos danificados.
Consolidação de memórias declarativas: Contribui para o armazenamento de informações factuais e aprendizado.
Fase do Sono REM (Rapid Eye Movement)
O sono REM representa cerca de 20-25% do sono total e ocorre cerca de 90 minutos após o início do sono. Os ciclos REM tornam-se mais longos à medida que a noite avança.
Características:
É o estágio do sono mais associado aos sonhos vívidos e complexos.
Os olhos se movem rapidamente sob as pálpebras, mas os músculos esqueléticos estão paralisados (atonia muscular), evitando movimentos que poderiam ser perigosos.
A atividade cerebral aumenta significativamente, quase se assemelhando ao estado de vigília.
A frequência cardíaca, a pressão arterial e a respiração tornam-se irregulares.
Função:
Processamento emocional: Ajuda a regular as emoções e lidar com estresse e traumas.
Consolidação de memórias emocionais e procedurais: Importante para o aprendizado de habilidades motoras e memórias emocionais.
Criatividade e resolução de problemas: Durante o sono REM, o cérebro processa informações de forma criativa, encontrando conexões inovadoras.
Desenvolvimento cerebral: Em bebês e crianças, o sono REM é crucial para o crescimento cerebral e o desenvolvimento das conexões neuronais.
Ciclo do Sono
Uma noite típica consiste em 4 a 6 ciclos de sono, cada um com duração de cerca de 90 a 120 minutos. Durante cada ciclo:
Começamos com os estágios do sono NREM (N1 → N2 → N3).
Seguimos para o sono REM.
Conforme a noite avança:
Os períodos de sono profundo (N3) tornam-se mais curtos.
Os períodos de sono REM tornam-se mais longos.

Importância das Fases do Sono
Cada fase do sono desempenha um papel essencial:
NREM (N3): Recuperação física e fortalecimento imunológico.
REM: Consolidação da memória, criatividade e regulação emocional.
Em resumo: O Excesso de THC principalmente pode perturbar o Sono REM - porém aumenta o sono NREM N3 - que é responsável pelo Anabolismo, em alguns pacientes que sofrem de: Ansiedade, TEPT, Traumas, e outros disturbios do Sono e de Humor, Tanto o CBD quanto o THC parecem melhorar a capadidade deste grupo em relação ao sono, e à sensação subjetiva de reparo.
EVIDÊNCIAS:

Em 1998, o professor Vincenzo Di Marzo e seus colegas publicaram um artigo na revista Trends in Neurosciences intitulado "Endocannabinoids: endogenous cannabinoid receptor ligands with neuromodulatory action".
Nesse estudo, eles exploraram as diversas funções dos endocanabinoides no sistema nervoso e propuseram que o sistema endocanabinoide está envolvido em cinco processos fisiológicos principais:
Relaxar: Os endocanabinoides modulam a liberação de neurotransmissores, contribuindo para a redução da ansiedade e promovendo relaxamento.
Comer: Atuam no hipotálamo, estimulando o apetite e influenciando comportamentos alimentares.
Dormir: Participam na regulação dos ciclos de sono, afetando a qualidade e a duração do descanso.
Esquecer: Desempenham um papel na modulação da memória, auxiliando no esquecimento de informações irrelevantes ou traumáticas.
Proteger: Possuem propriedades neuroprotetoras, ajudando a proteger as células nervosas de danos.
Essas funções destacam a importância do sistema endocanabinoide na manutenção da homeostase corporal, regulando processos essenciais para o bem-estar humano.
Como a Cannabis Afeta o Sono?
A Cannabis tem um impacto significativo no ciclo do sono, influenciando a latência do sono (diminuindo o tempo para adormecer), a profundidade do sono (Diminuindo despertares noturnos) e a Arquitetura das fases do sono (Modulando a duração entre Sono NREM N3 e Sono REM).
Embora seus compostos ativos, como o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), possam ter efeitos sedativos e ajudar na indução do sono, o uso excessivo pode prejudicar a qualidade total do descanso noturno.
Os principais canabinoides da Cannabis, THC e CBD, interagem com o sistema endocanabinoide (SEC), que desempenha um papel fundamental na regulação do sono. Eles atuam nos receptores CB1 e CB2, localizados no cérebro e em outras áreas do corpo, afetando neurotransmissores como GABA, serotonina, dopamina e glutamato.
Principais efeitos da Cannabis no sono:
Diminuição do tempo para adormecer (latência do sono).
Aumento do sono profundo (NREM estágio 3), reduzindo despertares noturnos.
Redução do tempo total de sono REM, fase essencial para a consolidação da memória e o processamento emocional.
Entretanto, o uso crônico e excessivo pode gerar um efeito rebote negativo, alterando a qualidade do sono a longo prazo. e

Principalmente quando estamos falando de Atletas, Fumar é um hábito nocivo à saúde e à performance.
Agora vamos analizar uma evidência relevante sobre o tema:

Este estudo retrospectivo analisou a eficácia do canabidiol (CBD) no tratamento de ansiedade e distúrbios do sono em pacientes psiquiátricos, buscando avaliar sua segurança e impacto clínico.
Metodologia:
Tipo de estudo: Série de casos retrospectiva em uma clínica psiquiátrica.
Participantes: 103 adultos com diagnóstico de ansiedade e/ou distúrbios do sono.
Intervenção:
CBD em cápsulas (25 mg/dia, podendo chegar a 175 mg/dia), administrado de manhã para ansiedade e à noite para distúrbios do sono.
Os pacientes também receberam tratamento psiquiátrico convencional.
Duração: Mínimo de 1 mês de acompanhamento.
Medições:
Hamilton Anxiety Rating Scale (HAM-A) para ansiedade.
Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) para qualidade do sono.
Resultados
Ansiedade
Melhora significativa na maioria dos pacientes (79,2%) no primeiro mês.
A redução nos sintomas foi mantida ao longo do estudo.
Sono
66,7% dos pacientes relataram melhora no sono no primeiro mês, mas os efeitos flutuaram ao longo do tempo.
A melhora no sono não foi sustentada para todos os pacientes.
Segurança e efeitos adversos
O CBD foi bem tolerado na maioria dos casos.
Efeitos colaterais leves incluíram fadiga (2 pacientes) e sedação inicial (3 pacientes).
Um paciente com transtorno do desenvolvimento apresentou comportamento desinibido, levando à descontinuação do tratamento.
Conclusões
CBD pode ser eficaz para ansiedade, com efeitos sustentados ao longo do tempo.
Os efeitos no sono foram inconsistentes, sugerindo que o CBD pode ajudar alguns pacientes, mas não melhora de forma confiável os distúrbios do sono.
O CBD foi bem tolerado, sem eventos adversos graves.
Mais estudos controlados e randomizados são necessários para confirmar esses achados e definir a melhor dosagem.

Este outro artigo evidencia a relação entre CBD e recuperação muscular: Objetivo
O estudo teve como objetivo investigar os efeitos da suplementação de Cannabidiol (CBD) na regeneração muscular após um treinamento de resistência intenso. A pesquisa avaliou marcadores de dano muscular e desempenho físico em atletas bem treinados ao longo de 72 horas após o exercício.
Metodologia
1. Participantes
21 indivíduos foram recrutados, mas apenas 16 completaram o estudo.
Os participantes eram saudáveis, sem uso de medicamentos ou suplementos, e tinham experiência mínima de um ano em treinamento de força.
Critério de performance: capacidade de realizar back squat com pelo menos 125% do peso corporal.
2. Desenho Experimental
Estudo randomizado, duplo-cego e placebo-controlado.
Seis braços crossover: cada participante passou por ambas as condições (CBD e placebo) em diferentes momentos, com um período de "washout" (limpeza) de duas semanas entre as intervenções.
O protocolo incluiu medições pré (T0) e pós-intervenção em três momentos: 24h (T24), 48h (T48) e 72h (T72).
3. Protocolo de Treinamento
Os participantes executaram um treinamento de resistência projetado para induzir dano muscular:
Exercícios de força:
3 séries de 12 repetições de back squat a 70% de 1RM (máxima carga possível para uma repetição).
150 segundos de descanso entre séries.
Exercícios pliométricos:
Drop jumps (pulos a partir de uma caixa de 45 cm, aterrissando em um agachamento profundo).
3 séries de 15 repetições, com 60 segundos de descanso.
4. Suplementação
Grupo experimental: ingestão de 60 mg de CBD diluído em 250 mL de água imediatamente após o treino.
Grupo placebo: bebida idêntica sem CBD.
Durante as 3 horas seguintes, nenhuma outra comida ou suplemento foi permitido.
5. Medidas Avaliadas
Marcadores bioquímicos de dano muscular:
Creatina quinase (CK) e mioglobina (Myo) foram analisadas em amostras de sangue nos tempos T0, T24, T48 e T72.
Desempenho físico:
Força máxima no back squat (1RM)
Altura no Countermovement Jump (CMJ) (salto com contramovimento).
Resultados
1. Dano Muscular
A CK e a mioglobina aumentaram significativamente após 24h, 48h e 72h, indicando lesão muscular induzida pelo treino.
Após 72h, o grupo CBD apresentou uma recuperação significativamente maior nos níveis de CK e mioglobina em comparação com o grupo placebo (p < 0.05).
Efeito do CBD:
CK: redução significativa (ES = 0.24)
Mioglobina: redução significativa (ES = 0.21)
2. Desempenho Físico
1RM Back Squat:
Houve uma redução da força máxima após 24h (p < 0.01) em ambos os grupos.
Após 72h, o grupo CBD recuperou a performance de força melhor do que o placebo (p < 0.05; ES = 0.37).
Countermovement Jump (CMJ):
Não houve diferenças significativas entre os grupos ao longo do tempo.
Discussão
O estudo demonstrou que o CBD promoveu uma recuperação muscular mais rápida, reduzindo os marcadores de dano muscular após 72h.
Não houve efeitos claros do CBD na performance do salto (CMJ), sugerindo que ele pode ser mais relevante para força e recuperação muscular do que para potência explosiva. Isto Corrobora a permissão dada pela WADA ao CBD a partir de 2018 - onde CBD Não é considerado uma substância ergogênica primária.
A absorção do CBD pode levar de 1 a 4 horas, o que pode influenciar sua eficácia dependendo do momento da administração.
Estudos anteriores indicaram que combinações de proteínas e carboidratos também atenuam a CK, levantando a hipótese de que o CBD pode ter um mecanismo semelhante ou complementar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Di Marzo V, Melck D, Bisogno T, De Petrocellis L. Endocannabinoids: endogenous cannabinoid receptor ligands with neuromodulatory action. Trends Neurosci. 1998 Dec;21(12):521-8. doi: 10.1016/s0166-2236(98)01283-1. Erratum in: Trends Neurosci 1999 Feb;22(2):80. PMID: 9881850.
Shannon S, Lewis N, Lee H, Hughes S. Cannabidiol in Anxiety and Sleep: A Large Case Series. Perm J. 2019;23:18-041. doi: 10.7812/TPP/18-041. PMID: 30624194; PMCID: PMC6326553.
Isenmann E, Veit S, Starke L, Flenker U, Diel P. Effects of Cannabidiol Supplementation on Skeletal Muscle Regeneration after Intensive Resistance Training. Nutrients. 2021 Aug 30;13(9):3028. doi: 10.3390/nu13093028. PMID: 34578906; PMCID: PMC8469280.


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