Dor NEUROPÁTICA, o que fazer?
- Maria Eduarda
- 18 de fev.
- 2 min de leitura

Recebi o diagnóstico de dor neuropática, o que posso fazer?
Vamos entender uma pouco através de tópicos: o que é, como surge, os sintomas, o diagnóstico e o como “resolver”.
O que é?
A dor neuropática é uma síndrome dolorosa ocasionada por uma lesão/disfunção no sistema nervoso somatossensorial (responsável por responder a mudanças na superfície e no corpo), que inclui os nervos periféricos, a medula espinhal e o cérebro.
Nesse caso, a dor está totalmente ligada a uma disfunção ou alteração funcional no processamento da dor pelo sistema nervoso (SN). Importante frisar que a dor não é resultante de estímulos externos como inflamação nos tecidos.
Como que ela surge?
O surgimento parte de alterações nos mecanismos normais de sinalização do SN que podem acontecer quando os nervos periféricos ou centrais são danificados gerando uma reorganização funcional que leva à geração anormal de impulsos elétricos; através de uma sensibilização central, ou seja, após uma lesão os neurônios no sistema nervoso central (SNC) tornam-se hiperexcitáveis, resultando em amplificação dos sinais de dor, mesmo na ausência de estímulo nocivo. E, por disfunções nos canais de sódio, cálcio e potássio em neurônios lesados podem gerar disparos espontâneos, contribuindo para a dor persistente.
Nesse caso, são alguns exemplos de como ela emerge a partir de alterações neurais.
Quais são os sintomas?
Os principais sintomas são sensação de hiperatividade como a queimação (disestesia); choques elétricos ou dor em pontadas; parestesia que pode ser o formigamento ou dormência anormal; alodínia (dor provocada por estímulos normalmente não dolorosos como o toque leve); e a hiperestesia uma resposta amplificada a estímulos dolorosos.
Além de presentar sensações negativas de perda de função como a redução da sensibilidade tátil ou/e térmica na área afetada.
Como encontrar o diagnóstico?
Por ser complexa, o diagnóstico é baseado em uma combinação de avaliação clínica e exames complementares. Desde a história clínica detalhada com a identificação de sintomas característicos e gatilhos; exames neurológicos com testes de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa; uso de escalas de avaliação como a DN4 (Douleur Neuropathique en 4 Questions) e exames complementares de imagem como a eletroneuromiografia para avaliar danos nos nervos periféricos e a ressonância magnética para identificar lesões no SNC.
Como resolver a dor?
Um dos recursos para a administração do tratamento é o medicamentoso com analgésicos tópicos (ex: lidocaína), opioides (ex: tramadol), antidepressivos (ex: amitriptilina) e anticonvulsivantes (ex: gabapentina) que trata-se da área médica e deve ser realizado por um médico. Quanto a fisioterapia a atuação é com recursos não invasivos. Como o uso estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), exercícios que proporcionem mobilidade e reforço muscular conforme tolerância e a mobilização miofascial para aliviar a região/trajeto acometido com o quadro doloroso.
A dor neuropática é complexa e muitas vezes crônica, exigindo uma abordagem multidisciplinar para seu manejo adequado.
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