Por Dra. Alessandra Russo
Voltamos esse mês para falar de um assunto polêmico que é o tempo de tela na infância e adolescência. Tempo de tela é o tempo de uso da tecnologia digital, em dispositivos como computador, tablet, celular, televisão e videogame, ou seja todos os eletroeletrônicos contam como tempo de tela, expondo nossas crianças muito precocemente crianças a um tempo excessivo nesses equipamentos, o que pode trazer uma série de prejuízos à saúde. É claro que sabemos o quanto as crianças preferem os eletrônicos a brincadeiras ao ar livre, mas isso acaba levando ao sedentarismo e aumentando o risco de ganho de peso e obesidade. Outra questão importante é que a luz emitida por esses equipamentos pode causar distúrbios do sono, como insônia e agitação psicomotora, além do risco de sofrerem algum tipo de abuso (como pedofilia ou cyberbullying). Aqui já vai a primeira grande dica: é fundamental a supervisão de um adulto responsável.
Mas vamos as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): 1) Evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, ou seja, quanto menos melhor. Ideal próximo a zero; 2) Entre 2-5 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de uma hora por dia, sempre com supervisão; 3) Entre 6-10 anos: tempo de telas ao máximo de uma ou duas horas por dia, sempre com supervisão; 4) Entre 11-18 anos: Duas ou três horas por dia, sempre com supervisão; e outra questão importante é nunca "virar a noite" jogando;
5) Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma a duas horas antes de dormir;Mas não basta proibir o uso da tela, temos de oferecer alternativas, tais como atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, um tempo com os pais ou responsáveis, enfim trocar a tela por uma atividade prazeirosa para a criança e não como punição.
Crianças e adolescentes nunca devem perder uma noite de sono na frente de uma tela.
E durante a pandemia? Como fazer com as aulas on-line? Infelizmente essa é uma realidade que ninguém esperava, mas a recomendado é que estes limites não levem em consideração o tempo destinado ao uso de computador para realização de tarefas escolares.
Mês que vem, sigo nesse assunto falando sobre os efeitos do abuso de eletrônicos na saúde das crianças.
Dra. Alessandra Russo
Médica Neuropediatra pela USP.
Mestre e Doutora pela USP.
Título de Especialista em Neuropediatria.
Pós-graduada em Psiquiatria infantil pela USP.
Membro da Sociedade Brasileira e Internacional de Neurologia Infantil
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