Ao longo dos últimos meses tenho utilizado esse espaço para elaboração de textos com intuito de convidar nossos leitores a descobrirem como as ferramentas de psicologia positiva são transformadoras e capazes de construir ativos de saúde de forma genuína e autoral.
Está claro que o nosso maior objetivo na vida é alcançar a felicidade.
E que cada um tem sua definição própria de felicidade. Martin Seligman, pai da Psicologia Positiva, nos apresenta uma teoria da felicidade: Florescimento.
Florescer é viver num estado em que todos os aspectos da vida de uma pessoa são positivos, envolvendo bem-estar físico, mental e emocional. Este estado de florescimento não só aumenta a qualidade de vida, mas também fortalece a saúde física e mental.
As pessoas que florescem tendem a experimentar menores índices de doenças crônicas e uma maior sensação de contentamento e realização pessoal, o que é crucial para uma vida longa e saudável.
Existem elementos comuns da busca da felicidade que estão presentes em todas as pessoas. Intervenções que trabalham essas dimensões levam a aumento do bem-estar subjetivo. Segundo seu criador, Martin Seligman, esses são os elementos básicos do florescimento que compõe o modelo PERMA (artigo).
No modelo de Seligman os elementos que compõe o florescimento são:
· Emoções Positivas (P): esse elemento contempla a dimensão hedônica da felicidade. Uma razão de mais emoções positivas que negativas seria necessária para a definição de bem-estar. Segundo os trabalhos de outra pesquisadora da Psicologia Positiva, Barbara Fredrickson, a razão ideal entre emoções positivas e negativas é de 2,9. Isso ficou conhecido como a razão 3:1 da felicidade e parece se manter em vários estudos (artigo). Essa mesma autora é responsável por desenvolver uma teoria que explica o sentido evolutivo das emoções positivas, a teoria “broaden-and-build” (artigo).
· Engajamento (E): o engajamento é o envolvimento com atividades que levem à experiência do “estado de fluxo”. O estado de fluxo é um conceito descrito pelo pesquisador Mihaly Csikszentmihalyi como uma experiência de imersão, concentração e motivação com uma tarefa cujo nível de desafio está alinhado com as habilidades e forças de caráter da pessoa. É um estado emocional que marca a percepção de “sentido” de viver.
· Relacionamentos (R): o modelo reconhece que as conexões sociais são uma necessidade humana básica. Relacionamentos suportivos e íntimos surgem como necessários para o florescimento em diversas teorias. A percepção do suporte social adequado se correlaciona com melhores desfechos de saúde e desempenho. A análise dos dados do Estudo Framingham mostra que a felicidade de um indivíduo depende da felicidade das suas conexões sociais. (artigo)
· Sentido (M): o envolvimento com algo transcendente, maior do que nós mesmos que nos leva ao engajamento. O propósito de vida surge em diversos estudos como um fator protetor tanto na saúde mental quanto física (artigo) e se relaciona com a expectativa de vida (artigo).
· Realização (A): conquistar algo e saborear o sucesso é um elemento básico do bem-estar. Essa experiência atende a necessidades básicas como o senso de competência e autonomia, conforme a teoria de auto-determinação de de Ryan e Deci (artigo).
Letícia Gonçalves é Médica de família e comunidade (RQE 51460) com formação em Nutrologia, Psicologia Positiva e Medicina do Estilo de Vida, parceira e membra da diretoria científica do Movimento Médicos Atletas.
É coaching de saúde e especialista em ajudar pessoas a encontrar seu florescimento em saúde, conquistando qualidade de vida, longevidade e uma vida plena.
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