No Mês do Médico: o que realmente tem valor na carreira?
- Dra Alessandra Russo
- 6 de out.
- 2 min de leitura
Outubro é o mês de celebrar nossa profissão. Aqueles que escolheram uma das profissões mais desafiadoras e humanas que existem: a Medicina. É tempo de homenagear colegas, relembrar histórias de aprendizado e reconhecer o valor de quem, todos os dias, dedica sua energia, seu tempo e sua escuta ao cuidado do outro. Mas também é um momento de pausa — para olhar para dentro e perguntar: o que tem valor na minha carreira médica?
Ser médico sempre foi mais do que exercer uma profissão. É um chamado, um compromisso com a vida. Mas não vamos romantizar! Com o tempo, a rotina intensa, os plantões, as demandas administrativas e a pressão por resultados podem obscurecer o propósito inicial. Entre metas e sobrecargas, é fácil perder de vista aquilo que nos moveu a vestir o jaleco pela primeira vez: o desejo genuíno de fazer diferença. E mais, pode nos desviar do cuidado com nossa saúde, trazendo o péssimo ditado: “faça o que eu digo e não o que eu faço”.

O verdadeiro valor da carreira médica não está apenas nas conquistas acadêmicas, nas publicações ou nas metas atingidas. Está nas pequenas vitórias diárias — em aliviar a dor de um paciente, em ouvir com atenção, em conseguir chegar em casa e ainda ter energia para brincar com os filhos, treinar, conversar com quem se ama. Está em manter o equilíbrio entre cuidar e continuar inteiro.
Ser médico, hoje, também é aprender a cuidar de si. É reconhecer que saúde e desempenho caminham juntos. Que o descanso, a alimentação adequada, o exercício e o tempo com a família não são luxos, mas parte daquilo que nos mantém capazes de cuidar dos outros.
Cada vez mais, a medicina moderna pede não apenas conhecimento técnico, mas presença humana. E presença exige vitalidade — física, mental e emocional. O médico que se conhece, que se cuida, que busca propósito e bem-estar, é também o profissional que escuta melhor, decide com mais clareza e inspira confiança.

Então neste texto, te convido à algumas reflexões:
✨ O que te trouxe até aqui ainda te inspira?
✨ Quais valores guiam suas decisões, dentro e fora do consultório?
✨ Você tem cuidado de si com o mesmo zelo com que cuida dos seus pacientes?
O futuro da medicina depende da nossa capacidade de equilibrar ciência e humanidade, técnica e propósito. Depende de continuarmos curiosos, empáticos — e vivos de corpo e alma dentro da profissão.

Neste mês, celebre o médico que você é — e também a pessoa por trás do jaleco. Porque, no fim das contas, é isso que realmente tem valor. E assim podemos mudar o ditado para: “Faça o que eu faço”!
Um abraço
Alessandra

Dra Alessandra Freitas Russo é neurologista da infância e da adolescência com mestrado e doutorado pela USP. Atua na clínica Vivere, uma clínica de reabilitação infantil, onde é sócia fundadora.
É especialista em medicina do estilo de vida e acredita que a alegria e a gratidão são pilares de uma vida mais feliz.
Instagram:@neuroevoce
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