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Síndrome da BIT, o que fazer?


A síndrome da banda iliotibial (SBI) é uma condição causada pela irritação e inflamação do tratoilitibial. Corresponde a uma faixa de tecido fibroso que se estende do quadril até a tíbia, passando pela lateral do joelho. A região lesada normalmente está associada a corredores e ciclistas pela sobrecarga gerada. A ilustração a baixo mostra a região no joelho.


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Existem fatores biomecânicos que favorecem a lesão, entre eles:


Atrito repetitivo: durante movimentos repetitivos de flexão/extensão do joelho (ex: corrida, ciclismo), a BIT desliza sobre o epicôndilo lateral do fêmur e o desequilíbrio muscular da região pode levar à inflamação.

Fraqueza muscular: glúteo médio e glúteo máximo fracos resultam em instabilidade da pelve, aumentando a tensão na BIT, favorecendo carga excessiva no joelho.

Desalinhamento biomecânico: genu varo (joelho arqueado) ou pronação excessiva do pé alteram a linha de tração da BIT.

Alteração do padrão de movimento: calçados inadequados podem alterar o vetor de força do joelho. Nesse caso o calcaçado adequado para a prática esportiva é fundamental.

Rigidez da BIT: a falta de mobilidade das articulações do quadril, joelho e tornozelo favorecem o aumento da compressão contra o osso femoral e tensionam a banda.


Importante comentar que a dor também pode estar associada ao quadril na região do trocanter, ou seja, bem na lateral do seu quadril e não somente no joelho.


Além dos biomecânicos, fatores fisiológicos também estão pressentes. A lesão pode desencadear um processo inflamatório da bolsa sinovial (popularmente conhecida como bursa) entre a BIT e o epicôndilo lateral. Com a presença da inflamação uma resposta contínua pelo acúmulo de células inflamatórias provoca dor crônica e até mesmo fibrose. Para além do fator inflamação, a pressão local gerada pela BIT sobre os vasos sanguíneos tem potencial de reduzir a oxigenação tecidual, piorando a dor.


O tratamento para a síndrome baseia-se em fisioterapia e em alguns casos se faz necessário o uso de medicação.


O tratamento medicamentoso é com o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como ibuprofeno ajudando na diminuição da inflamação no curto prazo e no controle da crise aguda. Já em casos mais graves e refratários a betametasona (exemplo de medicamento para esse período) atua diretamente na região inflamada, porém o seu uso é limitado para evitar enfraquecimento tecidual. Logo, independente da medicação a utilização precisa da autorização médica, nada de se automedicar.


Já o tratamento fisioterapêutico pode-se dividir em duas fases o momento mais agudo (até 3 meses) e outro mais crônico (após 3 meses).


Na fase aguda o principal objetivo é reduzir dor e inflamação. Aparelhos como ultrassom com frequência: 1 MHz (para profundidade maior) ou 3 MHz (superficial, dependendo do caso), intensidade: 0,5–1,5 W/cm², pulsado. Já o laser de baixa intensidade com potencia de 30-10mW, doses de 4-8J/cm² e com aplicação direta no ponto doloroso. E na minha opinião o principal, o uso de gelo entre 15-20min por pelo menos 2x no dia.

Vale frisar que cada caso é um caso para a necessidade de utilização dos aparelhos, ou seja, o fisioterapeuta quem vai definir a necessidade do uso e das doses de cada aparelho conforme o momento vigente.


Já na fase crônica o objetivo parte do princípio de restaurar mobilidade, força e corrigir alterações biomecânicas. Nesse caso reforço de core (musculatura do tronco e pelve), glúteo médio (principalmente com exercícios de abdução de quadril), quadríceps (parte anterior da coxa) são fundamentais; exercícios clássicos para exemplificar são ponte com resistência elástica e agachamento lateral com miniband. Alongamento e mobilidade da BIT são essenciais, friso o uso do rolo de liberação (foam roller) para reduzir a tensão.


Logo, a síndrome da banda iliotibial é resultado de atrito mecânico associado a inflamação crônica. A fisioterapia com foco em controle da inflamação, liberação de tensões e fortalecimento de músculos estabilizadores é o pilar do tratamento. A medicação anti-inflamatória ajuda a controlar a dor no início evite uso contínuo. E sem dúvida, a fisioterapia precisa ser personalizada para corrigir fatores biomecânicos individuais.



 
 
 

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