Cá estou novamente utilizando esse espaço para compartilhar reflexões que aprendo estudando medicina do estilo de vida e psicologia positiva e assim convidar nossos leitores a descobrirem como a ciência tem a capacidade de criar uma vida apreciativa e nos transformar para construir saúde de forma concreta e autoral.

Uma das necessidades humanas básicas é o relacionamento social.
Como seres sociais nós precisamos pertencer a um grupo.
Evoluímos enquanto espécie para lidar com redes sociais e dependemos delas para sobreviver.
Como somos seres frágeis fisicamente quando comparados com outros animais e até mesmo dentro do grupo de grandes primatas, nosso maior recurso para sobrevivência foi a cognição e a formação de grupos.
Nada do que conquistamos hoje enquanto civilização seria alcançado sem comportamento grupal. Estudos de antropologia e primatologia indicam que existe uma relação entre o tamanho do neocórtex e o número de relações sociais com as quais um indivíduo de uma espécie precisa lidar (artigo).
Essa teoria é chamada de hipótese do cérebro social.
Segundo ela desenvolvemos um cérebro social para lidar com as grandes demandas que as relações sociais exigem como uma refinada percepção do próprio funcionamento mental e previsão do funcionamento da mente da pessoa com a qual nos relacionamos (artigo).

Como seres sociais dependemos todos de todos.
Dependemos de outro ser vivo para o desenvolvimento da nossa personalidade e sobrevivência.
Assim como sentimos dor e medo quando somos feridos ou ameaçados para nos proteger, fome e sede quando nos falta alimento e água, a sensação de solidão funciona como um mecanismo de defesa, um “medo” ou “dor” pelo isolamento ou “fome e sede” de conexão. Por isso é de se esperar que o isolamento social possa ser um fator estressor e negativo sobre a saúde geral.
Sendo assim quando destaco que voluntariado pode fazer de você uma pessoa mais saudável e mais feliz, pode confiar!

Uma pesquisa publicada em 2021 pela Universidade de Oxford mostrou que o cérebro dos estudantes que faziam trabalho voluntário libera mais hormônios como a dopamina e a serotonina, responsáveis pela felicidade e o bem-estar.
Quando consideramos a questão das conexões sociais ressalto que conhecer pessoas novas, além de lugares diferentes, realidades diversas, vivenciar o dia a dia de uma iniciativa social, criar, trabalhar em equipe, realizar projetos e ver os resultados obtidos são excelentes meios de alcançar o bem onde importa destacar que os fatores eudemônicos de bem-estar psicológico .
A troca de experiências e histórias que o trabalho voluntário proporciona é capaz de melhorar verdadeiramente a saúde mental de uma pessoa.
Recordo ainda da pesquisa com 9 milhões de pessoas em 150 países que constatou que 25% das pessoas superaram a tristeza da pandemia em 2021 com o trabalho voluntário.
A pesquisa foi publicada no Relatório Mundial da Felicidade de 2022. da ONU.

Letícia Gonçalves é Médica de família e comunidade (RQE 51460) com formação em Psicologia Positiva e Medicina do Estilo de Vida, parceira e membra da diretoria científica do Movimento Médicos Atletas.
É coaching de saúde e especialista em ajudar pessoas a encontrar seu florescimento em saúde, conquistando qualidade de vida, longevidade e uma vida plena.

Muito obrigada por este texto tão relevante! Fiz um trabalho voluntário em hospital psiquiátrico em Israel há 17 anos e com certeza, teve um impacto muito positivo na produção de bem-estar e acolhimento! Parabéns pela sua excelente contribuição! 🧠❤️🙏🏼😘