A mãe Atípica é aquela que vivencia a maternidade de uma forma totalmente diferente e desafiadora…
São mães de crianças que demandam uma atenção especial, seja por deficiências, síndromes, condições de saúde ou que apresente necessidades específicas.
O primeiro desafio de muitos é o momento do diagnóstico, quando somos invadidas pelo medo, insegurança, dúvidas e sentimento de vulnerabilidade. E que muitas das vezes nem conseguimos processar e vivenciar o “Luto” dessa nova realidade. Apesar da palavra Luto ser vista pela sociedade como à morte, neste caso se dá para processar o período de transição da despedida das antigas expectativas para um novo ciclo que irá iniciar.
A vida e a rotina dessa mãe, passa a girar ao entorno dessa criança e de todas as suas demandas de cuidados e tratamento, fazendo com que muitas se afastem de si mesmas e se abandonem para se dedicar integralmente aos filhos. E é muito comum as que abandonam suas carreiras, sonhos, projetos e até mesmo seu autocuidado. E outras precisam lidar com o sentimento de Culpa por deixar o filho sob o cuidado de outras pessoas para poder trabalhar.
Os estudos mostram que o nível de estresse dessas mães são comparadas ao de um soldado de guerra. Principalmente quando são “abandonadas” não só por si mesmas, mas pelos seus parceiros, familiares e pela sociedade, onde se deparam com a solidão dessa jornada.
São mães que todos admiram, mas que ninguém gostaria de ser! São chamadas de Supermães e heroínas, mas essa fortaleza é construída pela necessidade e principalmente pelo amor.
Essa guerreira que parece rocha necessita ser vista, acolhida e cuidada por familiares, amigos e toda a sociedade.
Para que essa mãe consiga manter sua Saúde Física e Mental a primeira coisa é aprender a gerenciar seu tempo, pois dessa forma vai conseguir otimizar a rotina e também poder cuidar de si. Mapear as possibilidades próximas aos locais que frequenta com o filho e trocar o tempo nas salas de espera das terapias para fazer algumas atividades é uma possibilidade interessante e que para muitas deram certo.
Buscar atividades que são pilares da Saúde são essenciais, como:
- Psicoterapia: a terapia individual ou em grupo dará o suporte psíquico para auxiliar a lidar não apenas com as demandas diárias e os conflitos internos, mas também o autoconhecimento e estabilidade emocional.
- Atividade física: Auxilia a regular o sono, reduz nível de ansiedade, Combate o humor depressivo, melhora condicionamento físico, reduz risco de doenças cardiovasculares, Controle do peso, melhora imunidade, aumenta autoestima e favorece a socialização e
momentos de lazer.
- Meditação: melhora da respiração, redução do estresse, controla frequência cardíaca, melhora humor, reduz irritabilidade, auxilia no foco e concentração, relaxamento físico e mental.
- Saúde Espiritual: Colabora para o bem estar relacionado à fé e às crenças, independente de religião. Mas algo que fortalece e alimenta espiritualmente o indivíduo por trazer esperança, perdão, altruísmo, caridade e amor.
É sim uma jornada de incertezas, mas apesar de todos os intempéries, existe um amor avassalador e incondicional, que nos ensina sobre a resiliência e a gratidão. Somos gratas pelas singelas conquistas diárias, e aquilo que é tão básico para a maioria das pessoas, é o máximo para nós e nossos filhos, um passo, uma palavra, um sorriso, um abraço …
Para você que conhece uma mãe atípica ofereça ajuda quando possível, uma conversa, um momento de lazer, acolhimento, pois a rede de apoio é extremamente importante para a Saúde dessa Mãe. Vamos cuidar de quem cuida!
E para as Mamães Atípicas sintam se abraçadas e acolhidas! Estamos juntas nessa jornada e acredito que com a Psicoeducação social, um dia e espero que em breve, seremos notadas e nossos filhos terão aquilo que tanto sonhamos que é o respeito e a inclusão.
Sou Priscila Pacheco médica atleta e mãe atípica!
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