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Sente dores na canela? Você pode ter a síndrome da tensão tibial

Foto do escritor: Médicos AtletasMédicos Atletas

Por Dra. Ana Paula Simões



Você já ouviu falar na canelite?


Popularmente conhecida como canelite, a síndrome da tensão tibial medial (STTM) é comum nas pessoas que praticam a corrida, principalmente nos iniciantes que ainda não se adaptaram às atividades ou que exageram no ritmo dos treinamentos. A STTM é definida como dor e desconforto na perna, causada pela corrida praticada de forma repetitiva numa superfície dura ou por uso excessivo dos flexores do pé. É a inflamação do principal osso da canela, a tíbia, que leva a dor na região póstero - medial da perna dos dois terços distais da tíbia (veja a área rosada da figura). Condição também conhecida como síndrome do sóleo.


Marcelo Annunciação, de São Paulo, sabe bem o que é a canelite. O rapaz, de 23 anos, começou a correr em 2006, mas não treinava, só participava de competições. Quando resolveu levar o esporte mais a sério e intensificar a prática, passou a sentir esse incômodo na perna. Parou de fazer a atividade e voltou em agosto desse ano. Não deu outra! Sentiu as dores novamente.

- O ortopedista pediu ressonância, parei de treinar e ele mandou passar gelo e ficar quatro semanas sem correr, mas não adiantou. Indo à academia, começou a melhorar. Agora, vou procurar um ortopedista especializado em corrida - disse Marcelo.

De acordo com a ortopedista Ana Paula Simões, especialista em medicina de pé e tornozelo e assistente do Grupo de Traumatologia do Esporte da Santa Casa de São Paulo, a dor é contínua e progressiva.

- A dor é aliviada com repouso e piora com a atividade física. Pode haver dor com a elevação dos dedos do pé ou pela flexão plantar resistida e, com isso, acaba resultando na queda do desempenho ou na limitação do atleta - informou Ana Paula.

Causas da canelite


* Alterações biomecânicas;

* Aumentos súbitos na intensidade do treinamento e duração;

* Alterações no calçado e superfície de treinamento;

* Lesões de partes moles;

* Falta de alongamento;

* Anormalidades na inserção muscular.


Etiologia e biomecânica

Na fase média da passada, o pé prona, ou seja, vira-se para dentro, para absorver o choque e para se adaptar ao terreno. Nos casos de pisada pronada excessiva, quando a parte de fora do calcanhar toca no chão e o pé inicia a rotação para dentro e só depois volta ao normal, ou de maior velocidade de pronação, a biomecânica da marcha ou da corrida é alterada, gerando um estiramento do músculo sóleo medial.

05/04/2012 14h10 - Atualizado em 25/10/2012 13h47

Sente dores na canela? Você pode ter a síndrome da tensão tibial

Conhecida também como canelite, esta inflamação é comum nos atletas iniciantes e que praticam o esporte de forma errada e exageram nos treinos

Por Paula GabrielleRio de Janeiro

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Popularmente conhecida como canelite, a síndrome da tensão tibial medial (STTM) é comum nas pessoas que praticam a corrida, principalmente nos iniciantes que ainda não se adaptaram às atividades ou que exageram no ritmo dos treinamentos.

A STTM é definida como dor e desconforto na perna, causada pela corrida praticada de forma repetitiva numa superfície dura ou por uso excessivo dos flexores do pé. É a inflamação do principal osso da canela, a tíbia, que leva a dor na região póstero - medial da perna dos dois terços distais da tíbia (veja a área rosada da figura). Condição também conhecida como síndrome do sóleo.

Marcelo Annunciação, de São Paulo, sabe bem o que é a canelite. O rapaz, de 23 anos, começou a correr em 2006, mas não treinava, só participava de competições. Quando resolveu levar o esporte mais a sério e intensificar a prática, passou a sentir esse incômodo na perna. Parou de fazer a atividade e voltou em agosto desse ano. Não deu outra! Sentiu as dores novamente.

- O ortopedista pediu ressonância, parei de treinar e ele mandou passar gelo e ficar quatro semanas sem correr, mas não adiantou. Indo à academia, começou a melhorar. Agora, vou procurar um ortopedista especializado em corrida - disse Marcelo.

De acordo com a ortopedista Ana Paula Simões, especialista em medicina de pé e tornozelo e assistente do Grupo de Traumatologia do Esporte da Santa Casa de São Paulo, a dor é contínua e progressiva.

- A dor é aliviada com repouso e piora com a atividade física. Pode haver dor com a elevação dos dedos do pé ou pela flexão plantar resistida e, com isso, acaba resultando na queda do desempenho ou na limitação do atleta - informou Ana Paula.

Causas da canelite

* Alterações biomecânicas;

* Aumentos súbitos na intensidade do treinamento e duração;

* Alterações no calçado e superfície de treinamento;

* Lesões de partes moles;

* Falta de alongamento;

* Anormalidades na inserção muscular.


Etiologia e biomecânica

Na fase média da passada, o pé prona, ou seja, vira-se para dentro, para absorver o choque e para se adaptar ao terreno. Nos casos de pisada pronada excessiva, quando a parte de fora do calcanhar toca no chão e o pé inicia a rotação para dentro e só depois volta ao normal, ou de maior velocidade de pronação, a biomecânica da marcha ou da corrida é alterada, gerando um estiramento do músculo sóleo medial.

Tratamento

Após a realização de alguns exames complementares, dá para constatar o nível da lesão. Na ressonância magnética, pode ser evidenciado um edema periosteal, indicando a periostite de tração. A cintilografia óssea pode mostrar lesões longas longitudinais chegando a um terço do comprimento do osso.


- É muito comum. Trato, em média, cinco casos por semana. O mais dificil é o paciente aceitar que ele tem que parar de fazer o impacto ou o treino que gerou a lesão. Nos casos leves, só a diminuição da intensidade e duração do treino já ajuda, mas não é o que ocorre com a maioria, que muitas vezes tem que parar. Muitos não sabem tratar a doença direito. Depois que as dores passam, faço as correções posturais, de pisada e

equilíbrio muscular, essa é a chave do tratamento.


A maioria das síndromes é de tratamento conservador. Faz-se necessário repouso relativo de dois a quatro meses, mantendo o condicionamento físico com atividades sem impacto e indolores como bicicleta e natação.

- Medidas gerais devem ser tomadas. Gelo pode ser usado e também recomendo fisioterapia analgésica e alongamento do aquiles. Em alguns casos, é necessária a utilização de palmilha para correção da pronação - orientou a ortopedista.

O retorno às pistas deve ser gradual, não se esquecendo do alongamento e condicionamento progressivos. A indicação cirúrgica só ocorre após dois períodos de repouso e do retorno às atividades com a repetição dos sintomas.

Link original aqui.


Bons treinos!


Dra. Ana Paula Simões

👉 Mestre em ortopedia e traumatologia pela Santa Casa de São Paulo

👉 Especialista e delegada regional do Comitê de Traumatologia esportiva


👉 Médica assistente do grupo de traumatologia da Santa Casa de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Futebol Feminino e membro da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva.

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