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O que faz a Medicina do Esporte?

Por Dr. Luiz Antônio Mendes





Brasil, junho de 2020. Após período de quarentena você nota que aumentou 5 kg e gostaria de perder esses quilos ou você está sedentário e que voltar atividade física. Ainda mesmo pode estar almejando retornar aos treinos visando as olimpíadas. Os exemplos descritos parecem distantes entre si quando se comparam objetivos e motivações, porém possuem pontos importantes de intersecção. Nesse ponto apresenta-se a especialidade médica cuja expertise em manejar ambos casos se demonstra na prática clínica cotidiana, especialmente, após implementação da residência médica em 2007: Medicina do Exercício e do Esporte. A conexão da especialidade com esportes de alto rendimento é automática. Geralmente implica em uma percepção incompleta resumindo a atuação do médico do esporte a clubes, notoriamente ao futebol, e a atletas de alto rendimento profissionais. Entretanto o papel desse profissional no contexto de promoção a saúde e tratamento de doenças o torna importante em combate a doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, hipertensão e diabetes. Diversas fontes, nacionais e internacionais, demonstram o aumento da prevalência dessas condições na população e o risco associado ao sedentarismo impulsionam gastos de recursos da saúde em compra de medicamentos, internações em unidades de terapia intensiva e cirurgias que poderiam ser evitadas com prescrição da atividade física e adequação da qualidade e quantidade de alimentos ingeridos.



Acrescenta-se também a responsabilidade de atuar como gestor de saúde ao cuidar de atletas de alto rendimento, amadores, recreacionais ou iniciantes objetivando a alcançarem o nível de excelência estabelecido individualmente como meta. Nesse intuito realizamos testes de capacidade física, exames laboratoriais e avaliações metabólicas para realizarmos seguimento clínico, recorrendo também a troca de informações com outros profissionais (treinador, preparador físico, nutrição, fisioterapia, analista de desempenho, psicologia) para implementação da estratégia que tenha contexto individual e específico diminuindo potenciais riscos. Naturalmente com a prática de exercícios acontecem lesões do aparelho músculo esquelético e, muitas vezes, torna-se a porta de entrada onde avaliação conjunta com ortopedistas e fisioterapeutas (dentre outros profissionais) é necessária para traçar o caminho do retorno ao exercício. Além disso , a especialidade lida com orientações a utilização de suplementos ergogênicos , controle e combate ao doping, mulheres atletas que apresentam particularidades importantes, aplicabilidade do exercício aos idosos em vista do fenômeno da sarcopenia acometida nessa faixa etária, desenvolvimento e saúde do jovem atleta evitando a especialização precoce, utilização de exercícios na reabilitação cardiovascular, avaliação de atletas com concussão e decisão de quando retornarem a prática esportiva, esporte adaptado... São exemplos de atuação que esse texto está longe de esgotar. A Medicina do Exercício e do Esporte apresenta-se em evidência e em crescimento recentes com atuação de diversos profissionais em clínicas particulares, hospitais, unidades de reabilitação, clubes e pesquisa acadêmica.A atuação do profissional como demonstrada é ampla onde a interdisciplinaridade e colaboração entre atletas/pacientes, especialidades médicas e profissionais de saúde são fundamentais para o sucesso seja abandonar o sedentarismo quanto uma medalha de ouro nos jogos olímpicos.


Dr. Luiz Antônio Mendes
  • Médico do Esporte

  • Residência em Medicina Esportiva pela FMUSP

  • Formação UNICAMP

  • Pós-Graduação em Saúde Familiar na UNIFESP e HC-FMUSP


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