Por Dra. Alessandra Russo
Nós temos uma relação muito peculiar com a alimentação infantil. Enquanto o bebê pode mamar sob livre demanda, a criança maior se torna escrava das nossas vontades. Colocamos um prato na frente dela e insistimos que ela "coma tudo para crescer forte". Quem nunca ouviu isso?
Entretanto, isso tira da criança sua autonomia, seu autoconhecimento, sua capacidade de reconhecer a saciedade e a fome e predispõe ao sobrepeso e ao comer compulsivo.
Já falamos aqui que a obesidade não é mais apenas um problema estético, que incomoda por causa da "zoação" dos colegas. O excesso de peso pode provocar o surgimento de vários problemas de saúde como diabetes, problemas cardíacos e a má formação do esqueleto, especialmente na infância e na adolescência.
Cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem com o sobrepeso e a obesidade, e oito em cada dez adolescentes continuam obesos na fase adulta, com todos os prejuízos que isso traz a saúde global.
E como evitar essa evolução?
Seja exemplo! Tenha uma alimentação saudável e equilibrada, mas não se culpe no dia que vocês comerem um lanche super calórico,
Deixe a criança participar do processo de planejamento e preparação da refeição,
Estimule a convivência à mesa - evite o uso de telas e distratores durante a refeição. Faça desse momento um encontro em família,
Tenha paciência! Não force introdução de novos alimentos e respeite a saciedade do seu filho!
A alimentação deve ser um tema leve e tratado com respeito. assim criaremos crianças mais saudáveis e conscientes.
Um abraço,
Dra. Alessandra Russo
Médica Neuropediatra pela USP.
Mestre e Doutora pela USP.
Título de Especialista em Neuropediatria.
Pós-graduada em Psiquiatria infantil pela USP.
Membro da Sociedade Brasileira e Internacional de Neurologia Infantil
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