Como viver bem na sociedade do desempenho?

Vivemos na chamada "sociedade do desempenho", termo popularizado pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han. É um tempo em que ser produtivo o tempo todo virou obrigação, e estar sempre "fazendo mais" parece ser a única maneira de se sentir valorizado.

Mas... como ficar bem, ou ao menos manter a saúde mental, nesse ritmo exaustivo?

Vamos refletir sobre isso?

🧠💡 Como ficar bem na sociedade do desempenho

Estamos cercados por métricas. Curtidas, produtividade, resultados, metas, checklists. Parece que descansar é perder tempo, e ser "suficiente" virou sinônimo de fracassar.Na sociedade do desempenho, somos levados a nos cobrar o tempo todo, como se a nossa existência só tivesse valor quando está gerando algo. E isso adoece. Haja visto a “epidemia"que vivemos de transtornos com ansiedade e depressão. 

Mas a pergunta é: existe uma saída? Como ficar bem nesse cenário? Claro que a ideia aqui não é dar uma "receita de bolo” que vai resolver todos os problemas, mas algumas dicas podem ajudar você e seus pacientes a pensarem sobre o tema.

1. Revisite sua definição de sucesso

Nem sempre mais é melhor. Às vezes, menos é mais saudável. Sucesso pode ser alcançar uma meta, mas também pode ser conseguir dormir bem, se alimentar com calma, praticar sua atividade física regular ou ter tempo de qualidade com quem você ama.

2. Pratique o descanso como resistência

Descansar é um ato de autocuidado. Em um mundo que cobra produtividade 24/7, respeitar seus limites é uma forma de resistência.

3. Cultive o silêncio

Silêncio não é perda de tempo. É nesse espaço que surgem reflexões, criatividade e autoconhecimento. Desacelerar é dar espaço para ser, e não só para fazer.

4. Desconecte-se para se reconectar

As redes sociais ampliam a sensação de comparação e insuficiência. É saudável filtrar conteúdos, limitar o tempo de tela e valorizar a vida offline — onde as conexões são mais profundas e menos performáticas.

5. Seja gentil consigo mesmo

Você não é uma máquina. Você sente, cansa, erra. E tudo isso é humano. Autoaceitação e compaixão são caminhos mais sustentáveis que a auto exigência desmedida.

🌿 Em resumo:

Ficar bem na sociedade do desempenho não é se encaixar nela a qualquer custo, mas reconhecer seus próprios limites e construir um ritmo mais humano.Talvez a resposta não esteja em produzir mais, mas em viver com mais presença, consciência e equilíbrio.

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Um abraço

Alessandra

Dra Alessandra Freitas Russo é neurologista da infância e da adolescência com mestrado e doutorado pela USP. Atua na clínica Vivere, uma clínica de reabilitação infantil, onde é sócia fundadora. É especialista em medicina do estilo de vida e acredita que a alegria e a gratidão são pilares de uma vida mais feliz.

@neuroevoce @vivereclnicagranjaviana