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HORMESE- QUANDO O “RUIM” FAZ BEM

 

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Olá, amigos Medatletas!

Hoje vamos conversar sobre um fenômeno chamado Hormese.

Mas afinal, o que é esse palavrão?

Bem, vamos voltar ao passado, particularmente na Segunda Guerra Mundial. Quando os EUA soltaram as bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, as pessoas próximas morreram imediatamente ou em pouco tempo devido aos efeitos da radiação nuclear. 

Ocorre que ao longo dos anos, as populações dessas cidades que sobreviveram às bombas foram acompanhadas e pesquisadores observaram um efeito curioso: os que sobreviveram e foram expostos à uma pequena dose de radiação acabaram vivendo  mais que os que não foram expostos à nenhuma radiação.  A pergunta que ficou foi: a radiação em pequenas does protegeu? Como foi esse mecanismo?

Bem, inúmeras outras experiências foram realizadas com populações diversas e as conclusões sempre muito semelhantes: doses muito pequenas de substâncias eventualmente tóxicas ao organismo acabam sendo benéficas à quem foi exposto.

Querem outro exemplo clássico? Diversos estudos longitudinais com grandes populações mostram que pessoas que consomem doses pequenas a moderadas de bebidas alcoólicas são mais longevas que os abstêmios.

Esse é o conceito prático de Hormese: um fenômeno biológico no qual a exposição à baixas doses de um agente químico ou fator ambiental é benéfico ao organismo.

Mas como isso se encaixa no nosso cotidiano médico?

Já pensaram que a atividade física é um modelo praticamente perfeito de Hormese?

Vejamos o que os exercícios (principalmente os aeróbicos de longa duração) produzem agudamente no organismo:

- Liberação de catecolaminas, com consequente aumento da PA sistólica e frequência cardíaca durante todo o período

- Aumento de cortisol após um determinado período

- Queima dos estoques de carbohidratos, mobilização de gorduras, queima de aminoácidos

- Liberação de enzimas musculares por estresse de fibras

- Redução da circulação esplâncnica por vasoconsctricção

- Liberação de diversas interleucinas inflamatórias por conta do estresse oxidativo

Agudamente falando, os exercícios jamais seriam fisiologicamente considerados como benéficos.

No entanto, sabemos que cronicamente os praticantes de atividades físicas vivem em média 7 anos a mais que os sedentários.

Esse efeito hormético do exercício se deve ao fato de que após as seções de atividade física, existe uma compensação por parte do nosso organismo.

Modernamente, isso está sendo chamado de resposta bifásica ao estímulo, conforme figura abaixo.

 

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Conclusão:

Hormese é uma palavra que vem do grego “Hormaein”, cujo significado é excitar. Sua primeira descrição na biologia foi em 1888 por um farmacologista alemão.

Atualmente na área médica, além dos efeitos horméticos da atividade física, também podemos usar esses conceitos para melhorar nossa saúde por meio do jejum, uso de fitoquímicos (terpenos, polifenóis, etc), crioterapia, entre outros.

 

@drleonardospercoski

 

 

 

 

 

 
 
 

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