
Os pontos gatilhos (trigger points) estão por trás da fonte mais comum de dor musculoesquelética (síndrome da dor miofascial), cuja ocorrência está associada à contração muscular involuntária excessiva. Sendo assim, caracterizada por regiões endurecidas como resultado do acúmulo de pontos gatilhos miofasciais. Esses pontos dolorosos podem ser ativos (sempre doloroso ao toque levando a perda de força muscular e de amplitude de movimento) ou latentes (indolor durante atividades normais, porém sensível à palpação podendo ser ativado quando o músculo está estirado, fadigado ou lesionado).
O que pode gerar um trigger point?
Desde traumas musculares, movimentos repetidos, movimentos bruscos, estresse emocional, alteração postural, desidratação, uso excessivo da musculatura, entre outros fatores. Os locais mais comuns de serem acometidos, está a região do pescoço e ombros, dor glútea e na panturrilha. Claramente, alguns sintomas presentes no dia a dia também podem ter relação com pontos gatilhos, como dores de cabeça e/ou nos indícios de dor temporomandibular.
Mas, afinal, o que causa essas alterações?
Por ser um órgão muito sensível e com muitas terminações nervosas a musculatura responde a mudanças de pressão e químicas dentro do corpo. No que se refere às de pressão tem relação com a sobrecarga que os tecidos sofrem de forma repetitiva por longos períodos de tempo; como exemplo um segurança de banco que passa horas de pé na mesma posição e esse ciclo na posição mantida e repetida desencadeia uma pressão em longo prazo do tecido miofascial que responde e se adapta a essas demandas. Já as químicas são mudanças na composição da matriz extracelular como resultante de diferentes causas, uma das mais importantes sendo o estresse. O estresse causa uma reação enzimática em nosso cérebro, que libera hormônios de luta ou fuga. Esses hormônios são úteis em situações de emergência, mas se tornam "nocivos" para o nosso corpo quando sustentados por um longo período de tempo, que é o que acontece no caso do estresse.
E o tratamento, como funciona?
A base consiste na terapia manual que se concentra em liberar o “ponto gatilho” no corpo. Geralmente, se apresenta como um nódulo palpável em uma faixa tensa da fáscia do músculo esquelético. Nesse caso, várias técnicas podem ser utilizadas, como a liberação miofascial (mobilização miofascial), o dry needling (agulhamento a seco) ou manipulações como realizadas na osteopatia e na quiropraxia.
Dos benefícios é importante mencionar o alívio da dor, a melhora na amplitude de movimento e do fluxo sanguíneo, como também, melhoria na biomecânica e funcionalidade muscular.
Entretanto, cada caso é um caso e o tratamento de um ponto gatilho varia de indivíduo para indivíduo. Normalmente, leva de 2 a 3 dias para se estabilizar após a sessão de tratamento e pode ocasionalmente ficar irritado e com os sintomas piorando no dia seguinte do atendimento (especialmente após o primeiro tratamento), mas, não é uma regra. Após essa fase de adaptação, o tecido miofascial se estabiliza e os sintomas tendem a melhorar em relação ao período anterior ao tratamento.
Portanto, embora seja eficaz independentemente da técnica utilizada, o método não tem mágica. Ao tratar com pontos miofasciais que levaram anos para se desenvolver, é normal que elas levem mais tempo para serem “liberados” também. Nesse caso, é essencial seguir as recomendações do profissional que está se reabilitando, desde a frequência necessária para atendimento, quanto a prática de exercício físico.
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