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O que a disciplina do esporte ensina sobre ser médico – e vice-versa

Ser um medatleta ou seja ser médico e ser atleta. Para muitos, parecem papéis distintos: um exige dedicação intelectual, tomada de decisão rápida sob pressão e longas horas de trabalho; o outro, entrega física, controle emocional e foco em superação. Mas quem vive as duas realidades sabe: há mais interseções do que se imagina.


Na verdade, há uma conversa silenciosa entre o consultório e a pista, entre o centro cirúrgico e o tatame, entre os plantões e os treinos — e essa conversa molda não apenas o desempenho, mas também a disciplina de quem escolheu esses dois caminhos.


O treino é silencioso, mas transforma

Muitos médicos atletas não buscam pódios, mas constância. O treino diário — mesmo cansado, mesmo depois de uma jornada de 12h — vira quase um ritual. Um tempo de reconexão consigo mesmo. E ali, na repetição silenciosa dos gestos, acontece algo parecido com o que se vê na medicina: aperfeiçoamento técnico, autoconhecimento e humildade diante dos próprios limites.


Assim como na medicina, no esporte a maestria não vem da genialidade ocasional, mas da persistência consistente. Não é o treino épico que define o atleta, mas a soma dos treinos discretos.

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Tomada de decisão sob pressão

Tanto no esporte quanto na medicina, decisões precisam ser tomadas em movimento. Um erro na escolha de um tratamento pode custar desfechos; um vacilo na estratégia de prova pode comprometer meses de preparo. Em ambos os campos, aprender a decidir com foco, serenidade e base técnica é vital. Além de entender que somos humanos e nem sempre tudo sairá conforme o planejado. Essa humildade e resiliência que o esporte ensina com certeza nos faz médicos melhores.


E talvez por isso tantos médicos se encontrem no esporte: ele oferece um ambiente de pressão em que, paradoxalmente, se busca alívio. Um “plantão” em que o corpo fala mais alto e a mente se alinha.


O ciclo do autocuidado vira exemplo

Médicos que se exercitam regularmente não só colhem os benefícios físicos e mentais do movimento, mas também ganham autoridade moral para orientar seus pacientes. Porque falam com propriedade de quem vive o que recomenda.


Mais do que “prescrever exercício”, médicos atletas inspiram. Mostram, na prática, que é possível conciliar autocuidado com rotina intensa, e que priorizar a própria saúde é um ato de coerência, não de egoísmo.


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Ser médico e ser atleta: dois compromissos com a vida


No fim das contas, medicina e esporte têm a mesma essência: cuidar da vida — seja do outro, seja da sua.E quando um médico cuida do próprio corpo com disciplina, respeito e consistência, ele está, na prática, reafirmando o mesmo princípio que o levou à medicina: a saúde importa. Sempre. E por isso nosso lema “médicos saudáveis, pacientes saudáveis” é mais que verdadeiro!


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Um abraço

Alessandra


Dra Alessandra Freitas Russo é neurologista da infância e da adolescência com mestrado e doutorado pela USP. Atua na clínica Vivere, uma clínica de reabilitação infantil, onde é sócia fundadora. É especialista em medicina do estilo de vida e acredita que a alegria e a gratidão são pilares de uma vida mais feliz.

@neuroevoce @vivereclinicagranjaviana @institutoviveresp

 
 
 

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