O treino invisível: sono, estresse e recuperação: os pilares esquecidos da saúde do coração
- Dra Erika Vidal

- 3 de out.
- 3 min de leitura
Quando falamos em saúde e performance, quase sempre associamos resultados ao treino físico. Mas existe treinos invisíveis, que não aparecem nas redes sociais nem são medidos em quilômetros percorridos ou pesos levantados: o sono, o manejo do estresse e a recuperação. Esses fatores silenciosos determinam se o exercício será um remédio ou um agressor do coração.

O paradoxo da nossa rotina
Vivemos uma cultura em que “fazer mais” virou sinônimo de sucesso. Mais horas de trabalho, mais compromissos, mais estímulos digitais. O descanso se tornou, quase, um ato de culpa.Mas a biologia não negocia: sem sono de qualidade e sem pausas estratégicas, o corpo não regenera. Não há músculo que cresça, coração que se fortaleça ou mente que floresça sem recuperação adequada.
Essa é a incongruência que precisamos encarar: enquanto pregamos prevenção e equilíbrio para nossos pacientes, muitas vezes negligenciamos o que mais precisamos praticar em nós mesmos.

Aqui cabe lembrar uma lição de Stephen Covey em Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes: o 7º hábito é “afiar o instrumento”. Ou seja, cuidar de si mesmo para manter-se eficaz. Aplicado à medicina, significa que se não renovarmos nossa energia física, emocional e mental, não teremos como entregar o melhor de nós — nem para nossos pacientes, nem para nós mesmos.

Do dado à transformação: três hábitos práticos
1. Priorize o essencial (Hábito 3 – “Primeiro o mais importante”)
Organize o sono e a recuperação na agenda antes de preencher o dia com urgências. Isso não é luxo, é estratégia de eficácia.
2. Renove-se diariamente (Hábito 7 – “Afiar o instrumento”)
Assim como treinamos músculos, precisamos treinar nossa capacidade de descanso. Sono regular, pausas conscientes e momentos de lazer são combustível.
3. Proatividade na saúde (Hábito 1 – “Seja proativo”)
Não espere a exaustão ou a doença para cuidar de si. Tome hoje a decisão de ser intencional na forma como recupera energia.

Covey nos lembra que eficácia não é fazer tudo, mas fazer o que tem impacto real.
Em saúde, isso significa entender que recuperar-se é tão importante quanto treinar.
Então deixo a provocação: seu estilo de vida hoje reflete alguém que está constantemente “afiando o instrumento”, ou alguém que está desgastando a lâmina até ela perder o corte?
Responder com honestidade é o primeiro passo para ajustar o ritmo. E, mais do que isso, é a oportunidade de mostrar aos seus pacientes que médicos também são humanos, mas humanos que escolheram ser congruentes e responsáveis pela própria saúde.
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Sou a Dra. Érika Vidal, Médica Atleta, Maratonista, Cardiologista com foco em prevenção, cardiologia do esporte e medicina do estilo de vida. Além da prática clínica, dedico minha trajetória a difundir conhecimento sobre saúde cardiovascular, atividade física, bem-estar mental e transformação de hábitos.
Acredito que o exemplo do médico saudável inspira e dá credibilidade, ajudando nossos pacientes a florescerem também. É por isso que inicio esta coluna quinzenal aqui no blog Médicos Atletas: um espaço para conversarmos sobre ciência, prática clínica e, sobretudo, sobre como cuidar de nós mesmos é o primeiro passo para cuidar melhor do outro.
Formações:
Cardiologista RQE 22575
Especialista em Ergometria e Reabilitação cardíaca RQE 40659
Pos graduações: Nutrologia, Medicina do Esposte, Psicologia Positiva
Formação em Medicina do Estilo de Vida pela MEV Brasil
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